Amigos ( I )

Publicado em 08 de dezembro de 2008 no http://espiritual-idade.spaces.live.com/

Neste final-de-semana estive com o grupo do Coral da Terceira Idade em Conservatória para um Festival. Foi simplesmente lindo!

Nos hospedamos no Hotel Vilarejo, estivemos muito acomodados e bem servidos em todos os aspectos, o ambiente de lá é encantador, em cada canto se respira música... são pedacinhos de letras bem conhecidas espalhados pelos jardins tão bem conservados... tudo de muito bom gosto e muito aconchegante...

Tudo que lá vimos nos fez muito bem aos olhos... o próprio Hotel Fazenda se encarrega de nos proporcionar ambientes acolhedores, elabora festas interessantes, a que participamos foi Festa Tropical... em forma de seresta, que é o forte de lá, aprendemos a história da cidade desde o tempo do trem... as famosas bonequinhas namoradeiras... casas velhas (mas bem conservadas) sem grades nas janelas... os belíssimos artesanatos... doces apetitosos... gente amiga... túnel que chora... passei por lá à pé e pedi a Deus para lavar a minha alma com aquela água que de lá emana...

O entrosamento do grupo foi genial e, no fim do passeio, nos entretivemos com o famoso "amigo oculto" para alegrar o ambiente e a viagem de volta passar rápido e sem medo pela famosa Serra das Araras...

Fiz mais três colegas de quarto e valeu a pena! Nos desabafamos, nos acalentamos, nos divertimos como podíamos, e me fez ter a certeza mais uma vez que devo começar a postar o tema bem condizente com o Tempo de Espera do Natal: amigos, o melhor presente que Deus nos deu, como "humanos" que somos.

Farei umas postagens sucessivas como fiz com o Tema: Templo de Carne e Templo do Espírito...

Espero que, quem passar por estes dias neste blog, fique contemplado.

Basta ser humano, ter sentimento, ter coração.
Que saiba falar, calar e, sobretudo, ouvir.
Que goste de música, de pássaros, de lua e de estrela.
Deve ter um amor, um grande amor por alguém ou então sentir falta de ter esse amor.
Pode já ter sido engando, pode já ter cometido faltas, mas não deve ser vulgar.
Deve ficar sentido pelos que tiveram ou que perderam coisas queridas.
Deve ter um ideal: caso não tenha, deve sentir o vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas.
Precisa-se de um amigo para passear, gostar dos mesmo gostos.
Uma pessoa que dê todo valor ao que é ter um amigo.

Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para se contar o que viu de bom, belo e triste durante o dia: os sustos e tristezas que passou, as alegrias que sentiu a quem possa dizer coisas íntimas a perguntar.
Precisa-se de um amigo.
Precisa-se de um amigo que não tenha medo de apontar um defeito e saiba fazê-lo sendo sincero num desejo de evolução.
Precisa-se de um amigo para ter consciência de que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque se tem um amigo para não matá-lo de dor.
Precisa-se de um amigo para ter consciência de que ainda se vive.
Um amigo que não fale só de política, que saiba conversar sobre coisas simples, de orvalho, de recordações de infância.

Precisa-se de um amigo.

Neste ano, recebi um e-mail muito engraçado onde a gente tinha que responder umas perguntas pessoais e, incrivelmente, coloquei num dos itens que um dos meus maiores desejos era justamente ter um amigo pois os que tinha estavam longe e não é que Deus ouviu minhas preces?

Aconteceu-me algo inacreditável que pode ajudar e incentivar a muitos que estejam desanimados sem alguém para partilhar seu coração solitário, como foi o meu caso.

Um belo dia de agosto, estava eu muito tensa pelo quadro de saúde de meu pai...recebi um e-mail me interrogando se eu era a amiga da sua mãe cujo presente sonhado de setenta anos seria me ver de novo... fiquei perplexa e logo respondi que era eu mesma aquela pessoa procurada por um filho atencioso para alegrar à sua mãe...

Tive mil contratempos e esperamos mais três meses para nos reencontrar...

Preparamos um encontro emocionante aqui em casa e a alegria reinou abundantemente em meu lar, junto aos meus queridos filhos e neto...

É claro que tive sempre bons amigos mas me mudei muito, por diversas razões e não tinha condição de tornar viável um aprofundamento nas relações fraternas, muitas vezes, chegava a me entristecer muitíssimo por criar laços e ter que sair daquele lugar que estava...