Publicado em 10 de março de 2009
INÁCIO DE LOYOLA, UM LEIGO DE ORAÇÃO
Inácio era seguro de si, disposto a
tudo, buscava a Deus de coração aberto, sentia Deus o conduzindo, sentindo um
cego diante de Deus, reconhecia que era objeto do seu Amor, da sua complacência.
Se sentia também como principiante no Caminho Espiritual. Tinha temperamento
fogoso, mas aprendeu, com o tempo, que, a "maior conquista começa no
interior de nós mesmos para prática das virtudes e o vencimento do próprio
eu".
Um dos traços mais salientes do seu
caráter era a generosidade.
Aprendeu que as grandes obras
exteriores partem do coração inicialmente. Primeiro a interiorização de tudo e
depois a reforma de sua alma.
Se convenceu que sem a oração, a vida
em Deus fica desprovida da graça que atrai e redime.
Não se santificou sem luta tremenda,
passou pela prova de fogo, experimentou o desespero, o desânimo, a autodestruição,
a angústia, o tormento...
Experimentou também muita coisa em sua
própria "carne"...
Reconheceu como é astuto e traiçoeiro o
mal e a "cauda da serpente" visível no mal já feito. Foi assaltado
pelo mal de modo cruel, as tentações o atormentavam, o fervor esmorecia,
inquietava-se, depressões o assaltavam, perturbações vinham em sua mente.
Deus era seu escudo conta o mal.
Quando passamos pelo sofrimento ficamos
cegos e caímos no abatimento.
Ele atravessou como nós, o terrível
túnel da solidão. Sabia que sem Deus nada podia... Ficava à beira do abismo...
Algo se arraigou em seu coração:
continua um coração apaixonado.
Como a perseverança e a serenidade
voltou ao seu espírito, a Desolação floresceu em Consolação. A primavera da
Graça sucedeu o temível Inverno.
Experimentou também NOITE e ALVORADA...
Era sempre muito aberto e grato aos
bens que de Deus recebia.
Sentiu no coração como algo sentido e
saboreado a grande Manifestação de Deus, não só dizia isso, mas estava este
Mistério penetrado em sua alma devota.
Não se continha nas lágrimas.
Nisso eu me pareço muito com ele...
A sua conversão inicial se deu num
Mosteiro Beneditino...
Eu também vivi essa experiência
monástica em 1991, foi algo bem similar ao de Inácio no tocante à conversão
inicial... Na época era Abadessa do Mosteiro da Virgem de Petrópolis, RJ, a
Madre Eugênia, OSB...
Comparou a Trindade Santa como um
acorde perfeito de três teclas de um órgão...
Já gozava em vista do futuro banquete
celestial, não como num vidro de uma janela, mas como se estivesse frente a
frente mesmo...
Se esforçava para se interiorizar cada
vez mais.
Experimentou o que é o AMOR: não é
estático, de si mesmo é ativo e comunicativo.
Vive um novo estilo com vida em
ascensão sempre progressiva.
Respeitava a tudo e a todos.
Teve iluminação, clarividência, seus
olhos começaram a saber das coisas de Deus o que lhe causou uma ressonância
espiritual indelével.
Reconheceu o sentido de sua vida e experimentou,
muito fortemente, uma nova mentalidade.
Resolveu pagar Amor com amor.
Sintetizava suas experiências de modo a
ajudar os demais no futuro.
Se apartava de tudo que era obstáculo
para seu serviço a Deus: TUDO PARA A MAIOR GLÓRIA DE DEUS era um dos seus lemas
de vida.
Essa consigna ficou como pano de fundo para
a Espiritualidade Inaciana.
No silêncio da meditação, aprofundou o
que vivia no dia a dia.
Teve suas atitudes modificadas, mais
equilíbrio e bom senso no seu comportamento, com o objetivo de não tornar
ridícula a religião.
Começou a ser mais sociável, conversava
com as pessoas, começa a se tratar melhor e de sua saúde também.
Procurava ajuda de pessoa esclarecida
para ter maior discernimento.
Na Espiritualidade inaciana, nada se
impõe, tudo deve partir de dentro para ser uma Espiritualidade autêntica.
Ele desejava ajudar os outros e ser
ajudado também.
Continuo a afirmar que me identifico em
muitos pontos com Inácio e peço a Deus que Ele me converta, ao menos, numa
condição similar.
Para isso, rezemos uns pelos outros,
pois DEUS É FIEL!
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