Publicado em 26 de novembro de 2008 no http://espiritual-idade.spaces.live.com/
Ontem, na Celebração Eucarística, o
sacerdote falou-nos sobre o Templo de Carne com tanta propriedade que me sinto
interpelada a partilhar uma reflexão (com sugestão de oração) sobre este nosso
Templo de Carne, tendo em vista que somos, com este frágil corpo, templo do
Espírito Santo. Como
o tema exige toda atenção e delicadeza, vou fazê-lo aos poucos, como em conta
gotas mesmo para melhor a gente poder sentir e saborear. Espero atingir o objetivo,
com a ajuda da Graça que nunca me falta.
Na vida, a gente corre o risco de
menosprezar o nosso próprio corpo e até de flagelá-lo pelo que nos foi incutido
pelos antepassados no tocante a uma ascese extremamente rigorosa e
até mesmo inacessível...
Por questão de discernimento, ao longo
dos anos, foi-se dando mais valor à Espiritualidade e dentro desta, está também
implícito o afeto por este Templo de Carne sem que a gente se torne
materialista em hipótese alguma.
Passando pelo nível psíquico,
percorrendo o físico, integramos todo o nosso ser e chegamos a um nível
espiritual adequado à uma vida bem equilibrada.
Durante estes últimos anos,
precisamente de 2000 para cá, percebo que, em comparação à uma balança, se um
dos níveis estiver em dissonância... não posso dizer que o espiritual esteja ótimo...
então trato sempre de perguntar-me, ouvir com atenção meu corpo (nos seus
diversos níveis) e procurar corresponder com afinco no processo de
estabilizar todo meu ser.
Sempre a gente conta não só com o
próprio esforço mas tem a imprescindível ajuda dos amigos, costumo
dizer anjos, que vão firmando-se em nossa caminhada tão imperiosamente que até
nos assusta esta forma que Deus usa para gente chegar num denominador comum. É
verdadeiramente uma labuta mas ao mesmo tempo encantadores o processo e o seu
resultado.
Bem, vamos à reflexão que procuro
fazer, pautada num pequeno livro de Rosa Maria Ferraz de Arruda e Aguirre,
intitulado: RETIRE-SE COM SEU CORPO.
"Pensar que vamos entrar no céu
e não entrar em nós mesmos é desatino."
(Santa Teresa de Ávila)
Vou distribuir esta reflexão em 8
blocos consecutivos, portanto 8 dias de postagens.
Iniciarei pelos PÉS.
Ser livre das sandálias!
Calçados significam poder, posição...
orgulho, vaidade, presunção...
Ter pés "nus" é revelar
pobreza, insignificância, pequenez...
Vejo estas abordagens como um grande
incentivo, como destas coisas que a gente já consegue alcançar sem dificuldade
(em contrapartida com outras que ainda faltam muito para gente
atingir...).
Particularmente, sempre que posso ando
descalça... até mesmo nos retiros sinto-me tão à vontade... Andar na
grama molhada do orvalho matutino então...!
A liberdade dos meus pés tira-me o
aprisionamento, a opressão...
Vejo nisto muita lógica, pois sapatos
apertados machucam e até deformam nossos pés...
Quando li sobre a relação entre
condutas erradas que aprisionam nosso espírito e o ser conivente com isto,
sinto como dói vestir o calçado errado!
Se em nossa casa, em nosso local de
trabalho (quando se pode, é claro, e sei que você me entende) ou num momento de
lazer estou livre das "amarras', fico livre internamente e, portanto, equilibrada.
Os nossos pés são o nosso ir e vir...
Em nível espiritual eles levam-nos ao
Céu...
"COMO SÃO BELOS OS MENSAGEIROS QUE
ANUNCIAM A PAZ!"
Há tempos que procuro refletir sobre
quais mensagens passo: de esperança, de amor, de alegria, de conforto, de paz?
Ou de abatimento, discórdia, desamor,
maledicência, frivolidade...?
Tento examinar com atenção quais
caminhos percorro: de materialismo, de sensualidade de poder, de incredulidade?
Há uns dois meses fui à dermatologista pois
apresentava algumas rachaduras nos meus pés... (de tempos em tempos
isto acontece-me...)
E constatei, não só neste pequeno livro
como em outros relativos à esta área, que não só as rachaduras, como os joanetes e
doenças de pele, dores nos pés são "pesos" que nos imputamos, grilhões que prendem-nos. E,
sendo bem sincera, era exatamente isto que mais atingia-me neste
último tempo em que apareceu este inconveniente extremamente
dolorido...
Como toda ação tem uma
repercussão, preciso estar também atenta em como lavo os pés dos irmãos? Sinto que tenho que perdoar ainda que me
custe e seja tão difícil... pois uma postura de fé é infinitamente primordial à
da emoção.
O remorso também não pode deixar meus
pés "sentidos"... preciso perdoar-me sempre, ainda que o tenha que
aprender.
Enfim, posso massagear meus
pés com muito carinho e rezar esta oração colocando uma disposição interna de
aprimoramento no trato com meu Templo de Carne sem nenhum detrimento com o Templo
do Espírito Santo que todos nós somos ou devemos ser.
Obrigada, Senhor, pelo meu corpo,
Templo do Espírito Santo, que, tantas vezes, tenho profanado com meus erros no
alvo.
Agradeço por meus pés, que, apesar de
meu descuido e da minha falta de cuidado para o que me dizem, em sua linguagem
particular, me põem de pé plantado na terra que para mim criastes.
Dai-me a graça, a cada dia, descobrir
meu interior por meio deles, mas fazei-me também usá-los para levar a paz a
paz, o amor, a esperanca, a alegria, o conforto, a verdade e a justiça a meus
irmãos.
Senhor, dai-me firmeza em meus passos
e, não permitais que me desvie de vosso caminho.
Ensinai-me, ajudai-me a perdoar as
pessoas que me magoaram para isso colocai em meu coração uma medida maior de
vosso amor.
Amém!
roselia bezerra(Disponível)escreveu:
ResponderExcluirNeste noite estou ainda pensando no meus pés e...reflito com uma certa inquietude de coração, que nem sempre os nossos pés, mesmo andando por caminhos do bem, conseguem trazer de volta a paz PRA PERTO DE NÓS MESMOS E MENOS AINDA PRA DENTRO DE NÓS...Mas me conforta sobretudo saber que vale sacudir a poeira deles e seguir adiante, pois serão outros "PÉS" que trarão uma boa-nova para o nosso coração. Continua valendo o caminhar em prol do crescimento do irmão seja qual for o retorno... Caminhar é preciso sempre ainda que seja necessário de vez em quando descansar para refazer nossa atitude interna de solidariedade.
Fiquei bastante comovida com o jeito do "carioca" ATENTO às águas torrenciais que atingem especialmente Santa Catarina nestes últimos dias desfazendo lares e esperanças...e tomando atitude de armazenar e enviar o necessário para as necessidades alheias do pessoal de lá.Tem sempre gente que caminha...graças a Deus por isto!
Santo Inácio de Loyola nos ensina que estar CONSOLADO é ter os PÉS NO SOLO...
Peço a Deus nesta noite que nos conceda a graça de colocar-mo-nos a CAMINHO estando os nossos PÉS como estiverem, confiando muito mais no constante e imprescindível auxílio Divino.