FONTE: ITAICI- SP
"É PRECISO PREENCHER O SILÊNCIO COM UMA DENSIDADE DE VIDA PESSOAL E TEOLOGAL".
"O homem que expulsou de seus pensamentos o Deus vivo, que por si enche todos os espaços, não pode suportar o SILÊNCIO. Para aquele que se detém a viver às margens do nada, o SILÊNCIO é o sinal terrível do vazio. Qualquer ruído, por mais modesto e obsessivo, lhe parece mais aceito, qualquer palavra, mesmos a mais insípida, é libertadora de uma inquietação. Toda lamúria, todo escritor é bem aceito se, de algum modo e por algum tempo, consegue distrair a mente de espantosa consciência do universo deserto".
(Carlo M. Martini)
SILÊNCIO não é antítese de palavra falada, mas somente de ruído.
Na realidade, SILÊNCIO é antes de tudo o espaço, a condição, a secreta fonte da PALAVRA.
Quando o ruído, portanto, como o espaço NO e DO QUAL brota e se levanta a PALAVRA ORIGINÁRIA.
O SILÊNCIO dá profundidade à palavra. Da multidão de "palavras" o silêncio faz germinar a PALAVRA que requer e dá sentido ao falar, ao agir, ao amor, ao sofrer, ao criar do ser humano.
A própria "PALAVRA DE DEUS" revelada fica verdadadeiramente acessível a nós, quando se torna mensageira do SILÊNCIO.
Existe, de fato, uma conexão íntima entre PALAVRA e SILÊNCIO, que faz do SILÊNCIO o outro elemento da estrutura dialogal do homem. O elemento primário é a PALAVRA pronunciada e acolhida pela qual o homem entra em comunicação com os outros.
Mas há também uma insuficiência da PALAVRA no encontro interpessoal, uma incapacidade sua em estabelecer uma perfeita comunhão. Então intervém o SILÊNCIO.
O SILÊNCIO, enquanto condição desta palavra é, de um lado, expressão consciente da pobreza interior do homem, de outro, expressão de seu desejo de instaurar uma relação com o Absoluto.
Entre esses termos, o SILÊNCIO é um valor, enquanto dispõe aquele valor máximo que é o RE ENCONTRO do sentido da vida.
A ORAÇÃO É O MISTÉRIO DO SILÊNCIO
O SILÊNCIO, como espaço interior da palavra originária, não é uma veste que se usa à vontade ou uma máscara que esconde o ruído interior. A oração nasce naquele que progressivamente alcança esse silêncio.
Um elo invisível e forte atua entre o SILÊNCIO e a CARIDADE.
Esse elo é assim expresso por S. Inácio:
"Tenham todos um cuidado especial em proteger com muito empenho de toda a desordem as portas de seus sentidos, especialmente os olhos, os ouvidos e a língua, e em se manter na paz e na verdadeira humildade interior. Dêem delas testemunho no silêncio, quando se deve guardar, e quando se deve falar, na ponderação e edificação das palavras, modéstia do rosto, gravidade no andar e em todos os gestos sem sinal algum de impaciência e de soberba.
Em tudo procurem e desejem dar preferência aos outros, estimando-os interiormente como se lhes fossem superiores e tratando-os exteriormente com respeito e deferência devida à condição de cada um, com naturalidade e simplicidade religiosa. Assim, no convívio mútuo de uns com os ouros, crescerão em devoção e louvarão a Deus nosso Senhor ao qual cada um deve procurar reconhecer no outro como em sua imagem".
Toda verdadeira CARIDADE nasce do coração daquele que se deixou penetrar silenciosamente pelo OLHAR DIVINO, como todo ato autêntico de oração é música que se extrai somente do silêncio.
No dia 5 de dezembro de 1991, o Santo Padre rendeu homenagem a Mozart, participando de um concerto no Vaticano. Por desejo expresso do maestro Varlos Maria Giuliani, ao término de execução, a aseembléia levantou-se, sem o tradicional aplauso, e em seguida abandonou a sala em silêncio. Um jornalista escreveu no dia seguinte:
"Seis mil pessoas que aplaudem causam impressão, mas seis mil pessoas que silenciam no momento sempre reservado à aclamações impressiona mais ainda. Esse substituir o clamor pela meditação contribuiu para umentar a emoção de todos e tornar único esse concerto no ano de Mozart".
(A. Gaspnoi)
Lindo texto amiga.
ResponderExcluirTemos que saber ficar em silêncio pra ouvir a voz de Deus :)
beijos querida!
E deve ter sido um instante único!
ResponderExcluirTocante!
Beijo.
isa.
No silêncio é que vamos encontrar no mais profundo do nosso ser a Grande Verdade e assim a felicidade real.
ResponderExcluirUm abraço fraterno.
No silêncio nos encontramos, encontramos o Amor Divino e muita Paz.
ResponderExcluirBjs no coração!
Nilce
Olá, minha amiga!
ResponderExcluirQue post maravilhoso!
"SILÊNCIO não é antítese de palavra falada, mas somente de ruído."
Diz exatamente o que diz a primeira parte do meu post, só que em outras palavras. Lindo!
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Benção Divinas para todos nós!
Beijos.
Que texto maravilhoso! Mas no final, olha o que chamou a atenção do jornalista ... mas seis mil pessoas que silenciam...,impressiona ainda mais. O silêncio nos fala. Que bom. Fique na PAZ.
ResponderExcluirTambém impressionou-me a atitude do maestro, já que é tão clássico o ruido da ovação, sinal de agrado, aprovação. Interessante, mesmo, grandioso! Abração!
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