Sinto ainda que, acima da confiança nos
exercícios espirituais e atividades, meu maior desempenho agora é o CONTATO COM
O FUNDO DE MINHA ALMA, antes uma CISTERNA SECA.
O autoconhecimento é uma exigência
dessa nova vida que se descortina.
Se, no fundo de minha alma, estou
FRAGMENTADA, OBSCURECIDA, CHEIA DE MALDADE, COM COVARDIA E FALSIDADE, estou
deveras ENCOURAÇADA. Me torno uma pessoa GROSSA, MACIÇA, NEGRA COMO A PELE
DO URSO, quando me é indicada alguma falta, não ouço, rejeito observação na
minha conduta, porque fica sendo IMPOSSÍVEL ROMPER TAL COURAÇA CEGA PELA MINHA
PRÓPRIA RAZÃO. Fico, a exemplo de Sara, PETRIFICADA. Fico FRACA, censuro o
outro, condeno, critico.
O que posso fazer?
Deixar cair a TORRE DA CATEDRAL DA AUTO COMPLACÊNCIA,
AUTO JUSTIFICAÇÃO, COM TODOS OS SEUS ANDARES.
Neste autoconhecimento estou
colaborando com a Ação do ESPÍRITO SANTO em mim.
Surgem nesta época novas
possibilidades: o CONSIDERAR E TESTAR, o FAZER, o ABSTER-ME, OS PENSAMENTOS
FAVORITOS, os DESEJOS, as VERDADEIRAS RAÍZES.
Também há o DESAPEGO a papéis, às
ocupações ou ofícios, às posses, às formas piedosas, à VOCAÇÃO DE "BOA
CRISTÃ", à idolatria...
Parece-me que até agora vivi METADE
SIM, METADE NÃO, ou seja, NÃO POR COMPLETO.
Foram os revezes da vida, o tédio, o
obscuro, o ser pobre, o ser débil, o orgulho e a mesquinharia, o inconsciente,
a preguiça, o ilógico...
E DEUS permitiu que
vivesse eu à duras penas,
com ações e omissões, com preguiça, com medo, com muita covardia, com
falsidade até na oração.
SERENIDADE
Aparece então a CAPACIDADE DE ME ENTREGAR, A
ABNEGAÇÃO, O AVANÇO POR DEUS EM MIM.
Deixo com gosto o mal, a obstinação, a arbitrariedade,
o bom como inimigo do melhor, a prática das virtudes inferiores, almejo
VIRTUDES MAIS ALTAS, PRÁTICAS MELHORES.
Mas sinto que NADA FOI INÚTIL.
DEUS quer de mim o MAGIS para uma
ESPIRITUALIDADE MAIS PROFUNDA, preciso sair dos monólogos cansativos, saborear
o SILÊNCIO...e não devorar livros piedosos somente.
O escritor (leia a parte II) coloca um exemplo que
me encantou muitíssimo: o da SERPENTE que, quando envelhece, fica cheia de
rugas e cheira mal, busca lugar com pedras, desliza, deixa a "pele
velha".
Minha natureza por maior e melhor que seja ficará
envelhecida e com falhas.
Quando passei por entre as PEDRAS fiz em mim
FERIDAS e EROSÕES.
DECISÕES me oprimiram, mas as ANGÚSTIAS ME
AMADURECERAM E ME RENOVARAM.
Me sinto com uma sensação de ter sido raspada em
minha natureza exterior (2 COR 4,10).
Então constato que A CRISE NÃO É PERIGOSA, DEUS SIM
É QUE FICA MAIS PRÓXIMO DE MIM.
Agora sei que se tomo as rédeas da minha própria
crise impeço a DEUS de agir em mim e também a mim de REAGIR.
O MAIOR TEMOR ...
É a excessiva ligeireza para planejar a
vida e à pratica. DESCONFIO DE TODA PASSIVIDADE POR MEDO DE SOLTAR AS RÉDEAS.
Apenas "SUPORTO" a AÇÃO de
DEUS, PASSO A PASSO... a PROVIDÊNCIA DIVINA, A ENTREGA DO MEU CORAÇÃO.
Assim me senti sempre e resolvi
repostar esse texto...
(Postado em 2009 no http://espiritual-idade.spaces.live.com/ )
Pq não adianta nada estarmos com nossa vida feliz, se a espiritual não estiver de acordo.
ResponderExcluirQue divino isso.
Um beijão, linda