Do que Tenho Saudade

A querida amiga Gilmara me deu uma brilhante ideia com um post seu... Ela é do blog:

http://gilmara-almaemflor.blogspot.com/2011/07/das-coisas-que-tenho-saudade.html

DAS COISAS QUE TENHO SAUDADE

Hoje estou no último dia

Desse meu ano de 56

Venho com muita ousadia

Falar dele para todos vocês.

Tenho saudade de todas as vezes

Em que estive perto dos netos e filhos

Não só próxima...

Pois são momentos inesquecíveis

Onde recordar me deixa toda prosa.

Em cada encontro fui permeada de carinho

E de força interior para persistir

Os netinhos alegrando-me com seus mimos

Cada qual com jeito peculiar de ser.

A última fala não tem três dias

Eu compartilho com todos vocês:

Pois a todo instante relembro-me com ternura

Do acariciar o meu rosto tão suavemente

E das palavras ternas do caçula provindas

"Minha docinha de coquinha"

Me fizeram confiar a esperar do nada

Na Divina Providência

Que sabe bem do que necessito

E do que me faz feliz.

Como não abraçar no coração

Para toda lágrima enxugar

(Ainda que não derramada)

Ouvindo com atenção e olhando nos olhinhos do pequeno

Quando me diz:

Eu sou a alegria da sua vida, né, vovó?

Eita, saudade doída

Depois que todos se vão

E eu fico na lembrança

E na doce gratidão.

À noite, espreitando à porta,

Desenhando coraçãozinho no ar...

Com as mãozinhas encostadas ao peito

Me dizendo:

Te amo, vovó, boa noite!

Haverá beleza tão grande

A embalar o meu sono diário?

Tenho saudade da minha infância

Onde eu era feliz e nem sabia...

Haverá momento tão doce

E que alegre mais o meu coração?

Pois bem, como tem gente

Que tenta minar a alegria

Que invade o meu eu e a minha emoção.

Vai, 56...

Vem, 57!

Não me tire a razão da vida

Não apague a luz que brilha forte

Que eu seja a sempre querida

Dos filhos crescidos e dos netinhos

Que vão e vem...

"Se uma pessoa amada está presente, revemo-la constantemente como é. Se se ausenta de vez, quantas vezes revivemos com ela, em nossa mente, momentos felizes de amizade e compreensão".

"Com Cristo é diferente, porque Ele está presente. Sabemo-lo pela Fé. Sabemos também que estávamos presentes a Ele quando viveu seus mistérios. Com que carinho, portanto, devemos revivê-los com Ele!"

(Ambos pensamentos estão no livro de Haroldo J. Rahm, SJ: Inácio de Loyola, um Leigo de Oração)