terça-feira, 8 de abril de 2014

Sede Perfeitos (I)


(Papa Paulo VI)

Hoje estamos vivendo num mundo que parece tomado por uma febre que se infiltra até no santuário e na solidão. As pessoas não conseguem recolher-se. Hoje a excitação, o barulho, a ansiedade, a exterioridade, a multidão, ameaça a interioridade do homem; falta-lhe o silêncio, a ordem, a oração, a paz, falta-lhe ele mesmo. São Bento volta para ajudar-nos a recuperar a vida pessoal, da qual hoje temos desejo, e que o progresso da vida moderna frustra enquanto o torna consciente.


Para que se encontrem almas pusilânimes, que dizem que a santidade não é para elas, que a perfeição não está ao seu alcance; e quando se lhes fala da perfeição, dizem logo: Não é para mim, eu não poderia chegar à santidade. Sabeis o que as leva a falar assim? A falta de fé na eficácia dos merecimentos de Jesus Cristo. Por eu a vontade de Deus é que todos sejam santos; é o preceito do Senhor: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é Perfeito.” 

Mas esqueceram, muitas vezes, do plano divino; esquecemo-nos que a nossa santidade é uma santidade sobrenatural, que tem por fonte única a Jesus Cristo, nosso Mestre e nossa Cabeça; fazemos injúrias nos merecimentos e insatisfações inesgotáveis de Cristo. Sem dúvida, por nós mesmos nada podemos fazer no caminho da graça e da perfeição: nosso Senhor nos diz: Sem Mim, nada podeis fazer e Santo Agostinho, comentando este texto, acrescenta: ou pouco ou muito, nada podemos fazer sem Aquele sem o qual nada se pode fazer. Assim é sua verdade.
Mas, morrendo por nós, Jesus Cristo tornou confiante e livre o aceso ao Pai e por seu intermédio, não há graça que não possamos esperar.
Almas fracas na fé, por que duvidar de Deus, do nosso Deus?


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