Os salmos debaixo das abóbadas de pedra
Desfilaram seus modos austeros
As vozes de leve inflexões afastaram
Os limites do tempo
Tua catedral é uma nave que arde
No oceano onde paira teu espírito
Eu sou um átomo onde se juntam o limitado e o infinito
Sobre o altar se cumprem teus mistérios
Senhor das Escrituras, Senhor dos Hinos Sagrados.
Eu trago a ti os hinos da terra, seus suspiros
A humilde lamentação
Da angústia e miséria humana, seus votos,
Suas suplicações
E tu que viestes aos pobres
Vem a nós em Tua doçura
Em Teu Amor, em Teu Poder – afasta-Te
Um pouco, Senhor.
Afasta-te se queres que eu viva
Sou eu a Sarça Ardente que queimou
Sem se consumir¿
Eu sou um coração à deriva.
Um coração perdido, que perde seu ritmo
E sua medida, menos
um coração ébrio
Um coração suspenso entre dois universos.
Ouço a voz de David
Os Serafins me varrem o rosto com suas
Asas de fogo.
Os coros se calaram e o altar está apagado
Em silêncio as portas do céu se fecharam.
Eu vivo. Não. Eu atravesso sonhos.
Desperta-me, Senhor, deste sono.
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