Meu Olhar Espiritual na Pandemia

"Esperança, fui  ao teu encontro arduamente e percebi que estavas tão  perto, dentro do meu coração."

SUGESTÃO:

A cada música, pare, saboreie a letra, segue lendo com calma...

Vamos criar memórias, elogiar pessoas?

Incentivar o melhor do outro?

Vem cá!

É tempo de união, de fraternidade!

Sejam bem-vindos aos doze aniversários do blog!

“E aqueles que são belos, oh, quem os deteria? A aparência transita sem descanso em seu rosto e se dissipa. Tal o orvalho da manhã e o calor do alimento, o que é nosso flutua e desaparece”.

(Rilke)

“Se você tem um diário, continue escrevendo. Se você não tem, comece um. Este é um momento extraordinário.`

(Aqui está meu diário da Pandemia)

Meu Olhar Espiritual na Pandemia

Há uma grande crise existencial,

Um receio de um futuro incerto,

Todas as certezas são incógnitas,

Há um abandono das esperanças.

O mundo anda numa fase crucial,

Tristonhos, com perigo por perto,

As críticas e os questionamentos

Mexem com todos os sentimentos.

Será que tudo tende só a um final,

Estaremos à mercê de um esperto

Ou temos na fé um sólido alento,

Como suporte de todo tormento?

A vida tem sim todo bom sentido,

Nossa espiritualidade nos convém,

Lutar e abominar ser um tolo refém

É lema e não deve ficar só contido.

🙏🙏🙏

"Quem me compreendeu foi Deus
Quando eu chorei demais

Quem cuidou de mim foi Deus,

Quem me amparou foi Deus...
Quando se perde alguém parece que se perde a paz."

Em minha vida, tenho visto o poder da Oração e da Espiritualidade. Sinto-a como regeneração, seja qual for o credo religioso das pessoas.

Em tempo de Pandemia, não me esqueci de elevar Meu olhar ao Alto, mais do que nunca, reconheço que estive nas Mãos Bondosas e Misericordiosas do Divino Pai. Vi, com grande alegria, que as crenças iluminaram a Pandemia. Até o meio artístico, que se abstinha, falou de Deus e muitos vivenciaram de fato. Que maravilha!

As pessoas e eu passamos a perceber mais de perto a mortalidade e, para os que cremos, esperar na Ressurreição com fé.

Abandonei tudo que pude de  materialismo desde os pequeninos detalhes dos supérfluos ao que tinha e  não usava, repassando aos mais necessitados. Inclusive móveis seminovos. Reduzi tudo que pude. Estou tentando viver o desapego que começa com o de material que é bem mais fácil.

Saboreei a Presença do Espírito e do espiritual em mim, religando-me, conectando-me mais ainda com o Altíssimo.

Tenho rezado bastante por todos que sei que precisam, inclusive pelos amigos virtuais. Tenho um pequeno altarzinho na sala, toda vez que passo por ele, paro, posto as mãos e oro. Simples assim.

Na Pandemia, quem cuidou de mim no ano de 2021, sozinha, foi DEUS.

Muitas vezes, não tive equilíbrio físico, emocional, mas o espiritual me sustentou.

Saúde abalou muito neste ano, nunca fui tanto ao centro cirúrgico como no semestre passado. Só agora, um ano e cinco meses venci o medo e fiz um check-up. Tarde demais... Laudos nada motivadores, mas Deus é por mim. Vivo pela fé, incondicionalmente.

A solidariedade tomou papel preponderante, sobretudo aos mais próximos de mim, como os que me ajudaram em minhas necessidades de saúde, aos que me deram um apoio real e virtual. 

"Se você quer superar essa pandemia, comece deixar florescer dentro de você o poder da solidariedade!"

Fui suporte e tive suporte tanto no real (família pequenina) como no virtual (em maior número).

Eu preciso ser o sal da Terra e a luz do  mundo

(Mt 5, 13-16)

Ante a tempestade que vivi, molhei-me, quase afundei, Ele me salvou, me resgatou...

Não tenhas medo.

(Mc 5,36)

No  meio do caos do  mundo e pessoal, veio em mim, fortemente, a Gratidão por estar viva, apesar de tudo, mesmo meu coração tendo sido dilacerado. A esperança ia se firmando dia após dia, como um fiapinho de luz de  uma vela quase se extinguindo.

Permaneci firme como uma sentinela em oração, no Vigiai e Orai de sempre, mais acentuadamente. Mantive minha conexão com meu eu interior, chorei minhas dores, minhas decepções, fiquei abatida e sozinha. Algumas poucas vezes, por medida de precaução, me pus diante do Sacrário na Igreja e orei ou simplesmente, em casa, me deixei ficar em silêncio, sem entender nada do que estava passando, por ter  pensado, inocentemente,  que nunca mais iria sofrer dor tão dura, meu Deus. Nunca chorei tanto em minha vida. Nunca sofri tanto também como na demoníaca Pandemia atual.

(Durante sua vida na terra, Jesus chorou. Ele tem sentimentos como nós e entende nosso sofrimento. Jesus mostrou seus sentimentos e sua fraqueza, mas Ele se manteve sempre fiel a Deus Pai). 

Jesus chorou ante Lázaro morto...

Vejam como Ele o amava.

(Jo 11, 35-36)

Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: "Se você compreendesse neste dia, sim, você também, o que traz a paz"!

(Lc 19, 41-44)

Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani:

"A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal."

(Mt 26, 36-38)

Tive a companhia fiel das flores aqui de casa, dos pássaros que vinham me visitar solidários em alguns momentos do dia, dos céus de todas nuances, do mar, das agulhas e linhas, dos livros, e das  muitas e constantes, inúmeras lágrimas minhas de cada dia...

"Muitos aproveitam a pandemia para esconder suas lágrimas atrás das máscaras!"

(Aconteceu e ainda acontece muito assim comigo quando caminho no calçadão bem cedinho.Não é planejado, quando sinto, já rolam em meu rosto).

(Espirro um spray de Amor e Carinho nas mãos dos meus amigos que me leem).

🙏🙏🙏

Pude também escutar algumas pessoas com amor e carinho e não pude mais ser escutada igualmente por quem mais desejava, muitas vezes. Doeu muito em minha alma. 

Recebi condolências de inúmeros amigos virtuais; de alguns, até diárias, no tempo cruel pandêmico. Pouco a pouco estou tentando resgatar meu equilíbrio físico, emocional e espiritual.

Dei apoio por mensagens e telefonemas a muitos amigos também. Rezei com eles terço virtual. Fui fortificada.

Até aqui, o Senhor me ajudou.

(1 Sm 7,12)

Resumindo Meu Olhar Espiritual na Pandemia:

Vivi (e vivo) uma verdadeira Peregrinação Espiritual, com direito a Quaresma, Paixão e Ressurreição (com a chegada da princesinha caçulinha Eloá, com a recuperação dos filhos (noras) da covid, com exceção de um filho que tem sequelas cruéis até hoje num vaivém exaustivo e cruel... Não está sendo nada fácil. Duas vezes contrair o vírus é dose para leão. E foi o mais cuidadoso e prevenido dos filhos).

Os Tempos Espirituais estão bem presentes em mim  na Pandemia, tanto a consolação, como a desolação, como o tempo comum, tranquilo... Eles ocorrem em alternâncias.

Ah! A Proteção Divina foi fundamental e significativa por demais. Sem ela, teria perecido.

Por tudo e tanto, muito obrigada, Senhor.

Até aqui o Senhor me ajudou.

(1 Sm 7,12)

"A base para viver espiritualmente bem na Pandemia (e sempre)  é o Amor."

Que tenham alguém que cuide de vocês, que vocês possam cuidar e serem cuidados e que nunca sejam abandonados (dilacera nosso ser) e, se forem, Deus é por nós, Ele é Fiel, é o que lhes desejo do fundo do meu 💙, amigos. 

Também perdi amigos e dois familiares, todos idosos.

Muito dolorido é.

FICAREMOS UNS DIAS NO AR PARA QUE TODOS POSSAM LER COM CALMA Ou se alguém mais desejar participar... 

GRATIDÃO.

Participando da XII Interação Fraterna do blog os queridos amigos do meu 💙:

🙏 Vall Nunes

🙏 Ailime

🙏 Claudete

🙏 Olinda Melo

🙏 Gracita

🙏 Chica

🙏 Xunxandinha

🙏 Fê

🙏 Toninho

🙏 Celina

🙏 Juvenal Nunes

🙏 Valéria

🙏 Renata

🙏 Norma Emiliano

🙏 Juliana

🙏 Verena

🙏 Marli

🙏 Maria Luíza Saes

🙏 Calu

🙏 Patrícia Pinna

🙏 Luisa Fernandes 

🙏 Graça Pires (no comentário)

"Respira cada manhã com a esperança presa no olhar. 

Guarda na alma todos os abraços que não deste, o luto que fizeste, os silêncios, as lágrimas. Balbucia uma prece em devoção, sentidamente. 

Procura Deus por mais descrente que sejas. 

Em nome da vida."

🙏 Piedade Araújo (no comentário)

Oração em pleno voo 

Sem sequer pensar 

Eu ascendo os degraus 

E lanço-me aos céus 

E no meu voo nem seguro os cabelos 

Que se soltam ligeiros 

Como flâmulas 

Entre a amenidade das flores 

E o aroma dos frutos outonais 

Ao subir 

A paz e a esperança invadem-me 

E deparo com campos de trigais 

E cores multicores 

No devaneio impensado 

Solta-se da boca um beijo 

Rasgando os céus 

Sei que na minha oração 

Uma luz celestial 

Tão cândida e serena como 

O meu rosto 

Se projectará 

Nos confins do universo 

Amanhã não sei dos voos

Porque só o hoje prevalece