Era uma vez um livro.
Muito teso na prateleira, protegido dos outros por uma capa dura, parecia um castelo inexpugnável a guardar tesouros.
Com toda sua pose, entretanto, sentia-se solitário e aguardava ansiosamente que algum aventureiro dele se aproximasse.
Um ser humano, bem entendido, pois as traças, que constantemente o assediavam, eram péssima companhia.
Um belo dia, certa avó se acercou da estante, viu a camada fina de poeira sobre ela e, com um pano, começou, vagarosamente, a se livrar dela.
O livro ficou aflito.
E se a avó resolvesse a se livrar dele também?
Afinal, já era velho, cheio de histórias da carochinha, que são histórias de antigamente.
Mas a avó ficou curiosa e abriu o livro.
Quando fez isso, observou que a dureza da capa cedera lugar a macias folhas amareladas, cheias de linhas por onde tresloucavam frases e personagens diversos.
Essa avó, como era de se esperar, tinha netos, crianças sempre atrás de novas brincadeiras. Com a sabedoria das avós, logo compreendeu que livros e crianças se dariam bem, poderiam ser companheiros de folguedos.
Então, pegou o livro, chamou os netos, sentou-se na sua poltrona preferida, ajeitou os óculos e começou a ler. E algo extraordinário aconteceu: de repente nem a avó nem os netos estavam na sala. Tinham adentrado em um pais maravilhoso, sedutor, onde reis, princesas, cavaleiros valentes circulação na narrativa, enfrentavam e solucionaram problemas, coexistiam...(In Biblioterapia: Um Currículo com o ser Clarice Fortkamps Caldin)
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Que texto.mais lindo! Realmente quem conhece livros,nunca mais será o mesmo! E livros e crianças e avós fazem bela parceria!
ResponderExcluirLindo post e fotos! Bjs chica
Voltei agora pra ver a tua trova que ficou linda!
Excluirbeijos, lindo dia! chica
Siempre es lindo compartir el placer de la lectura. Te mando un beso.
ResponderExcluirQuerida amiga Rosélia
ResponderExcluirEste texto traz-nos toda a maravilha da escrita e dos contos
infantis que fazem sonhar miúdos e graúdos.
São histórias que atravessam os tempos e fazem-nos
personagens de todos os tempos.
Bonita a sua inspiração na Trova da amiga Lúcia.
As crianças são a nossa alegria.
Bom domingo, amiga.
Cá ficamos à espera do próximo post.
Beijinhos
Olinda
Maravilhoso texto do livro teso que abriu as portas para uma linda viagem da leitura, onde os leitores se fazem personagem, como deve ser todo livro.
ResponderExcluirBom saber destes momentos de real grandeza da escrita vividos por você.
Bela imagem e trova para a Lucia.
Um lindo domingo de feliz semana iluminada.
Bjs e paz.
VEIO DA EDITE:
ResponderExcluirQue lindo conto , Roselia . Um livro esquecido num canto , todo empoeirado e que tinha tanto a ensinar e alegrar crianças e avó. Ainda bem que a vovó foi inteligente e antes de descartar o livro , procurou nele um tesouro e o encontrou .
Livro são assim mesmo . Muitas vezes tem uma aparência nada atraente , mas é preciso se aventurar em suas páginas para descobrir o que está escondido ali . Lembro-me , numa segunda série de meus tempos de professora , o livro de leitura da sala de aula era de uma aparência tão desinteressante, que ao olhá-lo senti-me desanimada . As crianças também não ficaram muito interessadas . Era muito grosso , com pouca ilustração e tudo em preto e branco , até as poucas ilustrações. .
Tive um pouco de receio em começá-lo , mas era preciso. Fazia parte da grade curricular . Comecei buscando um texto aqui , outro acolá , sempre por preferência buscando aqueles textos que pareciam mais atraentes. E quanto mais nos detínhamos nos textos nos admirávamos da riqueza de mensagens lindas que eles continham . . Uma surpresa para todos nós nós , alunos e professora . Resultado , acabamos por destrinchar quase todos os textos que rendiam ótimos exercícios gramaticais e mensagens literárias que levariam para a vida .. Resultado , as aparências enganam . è preciso conhecer o interior não só dos livros , mas tb das pessoas .Abraços .
Sua trova disse grande verdade, ingenuidade mora com felicidade e os ingênuos são absolutamente felizes! Quanto ao conto é sempre assim: "era uma vez e vai-se sonhando e vivendo a aventura. Muito belo, amiga! Semana de ricas bênçãos!
ResponderExcluirOs livros são fieis companheiros em todas as idades. Lindo texto e bem inspirada trova.
ResponderExcluirBeijinhos
Amo os livros e jamais os julgo pela capa ou pelo estado em que se encontram. Comprei recentemente um livro idoso, numa feira de livros usados. Depois de uma boa limpeza, tive que deixá-lo arejando e tomando sol por várias dias, antes de me arriscar na leitura. Mas o tal livro já não é publicado e a autora é uma das minhas favoritas, então, vale a pena. Belo post, penso que um dos tesouros que podemos legar às crianças é o gosto pela leitura.
ResponderExcluirBeijo
Um belo texto que expressa a imensurável relevância do livro e a trova ficou excelente!
ResponderExcluirBeijos!
Adorei!
ResponderExcluirBeijocas mil!
Boa tarde Amiga Rosélia,
ResponderExcluirQue história maravilhosa desse livro, num canto cheio de pó, mas que ainda foi útil para a avó ler a história para seus netos. Depois a imaginação do escritor os levou a um local de sonho... Muito lindo.
Magnífica sua trova na Brincadeira de Lúcia.
Beijinhos fraternos de paz e bem.
Emília